sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ouvir, ver e sentir (3)

Local: Roupeiro do quarto dos pais, portas abertas.
Oiço:
Carros através da porta da varanda aberta, oiço algo que parece ser o motor de um autocarro parado no mesmo sítio, oiço os cabides a tocar no suporte quando me mexo, o autocarro a arrancar, os vizinhos a baixarem ou a subir os estores. Um cão a ladrar, uma porta de carro a fechar lá fora, outros cães a ladrar.
Os sinos da igreja a darem as 18:00 horas, o motor de uma mota velha.

Vejo:
Bem à minha frente a cama dos meus pais, duas almofadas compridas. Continados a fazerem jogos de cor "vermelho-branco-branco-vermelho", vejo as horas no despertador em cima da mesa-de-cabeceira e através do espelho à frente da cama.
Debaixo desse espelho há uma cómoda antiga com várias gavetas compridas e em cima dela estão vários objectos como perfumes, loções, um secador de cabelo e estojos. No canto vejo o armário com a televisão em cima dele rodeada de livros e molduras com fotografias. O candeeiro brilha no tecto.

Sinto:
Sinto nas minhas costas a roupa pendurada nos cabides, o meu cotovelo esquerdo a tocar na porta do armário, sinto que estou sentado em cima de alguma roupa.
Frio nos pés por estarem descalços, vontade de espreguiçar, as argolas do caderno debaixo do meu polegar esquerdo. Dor no pescoço, nariz congestionado e vontade de espirrar. Os olhos a lacrimejar pela vontade de espirrar

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